SOMOS O TODO

Poderia começar esta jornada, divagando por inúmeras linhas sobre a mágica da criação, que teve seu início no “nada”. Fisicamente falando, este “nada” seria uma mistura de partículas subatômicas, que flutuavam e se moviam em todos os sentidos, até a formação da primeira de todas as partículas, a “Partícula de Deus”, que como em uma passe de mágica, logo após sua formação “explode” (um verdadeiro BOOOMMM que deu origem a matéria propriamente dita), hoje conhecido cientificamente como Big-Bang. Deste ponto em diante poderíamos escrever artigos, teses e livros sobre como o universo se expandiu, originou galáxias, e estas, por sua vez originaram sistemas solares repletos de planetas, onde foi possível o surgimento de moléculas, organelas, e organismos, tanto acelulares como unicelulares e pluricelulares, que por sua vez, evoluíram, adaptaram-se e diferenciaram-se em uma gama gigantesca de espécies.

O que importa é que no meio de todo este caos matematicamente perfeito, seu primeiro descendente surgiu. Australopitecos ou não, Adão e Eva ou não, adâmicos ou não, sementes estrelares ou não, o fato é que você está aqui, que uma diversidade de vidas te cerca, e que existem mais coisas ente o céu e a terra do que se pode imaginar (aqui me permito mudar discretamente a tão conhecida frase de William Shakespear).

Este planeta, sistema solar, galáxia, universo e até metaverso estão conectados, e tudo está engenhosamente ligado à sua existência. Como no Big-Bang tudo começa com o que nos é invisível aos olhos, os átomos, as partículas primordiais que além de possuírem a capacidade de criação, rompem barreiras de tempo e espaço pertencendo e integrando inúmeras formas de vidas.

Metaforicamente, átomos são como partículas que formam as peças de um enorme quebra cabeça, e este à medida que são montadas, originam moléculas, organelas, células, tecidos e órgãos, ou seja, um quebra cabeça finalizado sugere uma complexa forma de vida, igualda a todos os seres neste planeta e em outros.

A um átomo também é dada a proeza de romper barreiras do tempo. Este fato simples, porém, complexo, demostra o quão somos infinitos, e nos dá o privilégio de compreender que parte do que somos, já foi em algum período muito, mas muito distante, um corpo celeste, uma estrela, uma gama gigantesca de bactéria, fungos, vírus, protozoários, árvores, dinossauros, aves e inúmeras civilizações antigas.

Carregamos a história da criação e da evolução em cada célula do nosso corpo, uma vez que estas são formadas por átomos. Fizemos jus a frase tão romantizada pela igreja, “do pó viemos e ao pó retornaremos”. Esta proeza, definida tão simploriamente engloba em si, todas as teorias origem da vida, sem elas criacionistas, evolucionistas, químicas ou cosmogônicas. Resumidamente, fazemos parte de uma reciclagem contínua e infinita. Somos produto de um universo em constante renovação!

“Nós estamos em tudo, e nossas vidas não são pedaços, mas a totalidade.”

Erwin Schödinger

Autora: Vivian Favero